quarta-feira, 15 de julho de 2009

Que fazer?

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Colegas,
Desde o inicio que desejei criar uma associação, embora a preferisse sindical.
E isto porque, por um lado, a maior parte dos advogados oficiosos, muitos deles pensando que provisoriamente, estão condenados a terem nas oficiosas uma parte substancial dos seus rendimentos, e, por outro, que os defendidos por oficiosos são aquelas pessoas que, pelos seus parcos rendimentos, mais precisam de ser defendidos… o que recebemos por o fazer dignifica, de igual modo, a eles e a nós.
Esquecer isto é esquecer que o ataque aos Magistrados, tal como o ataque aos advogados, de que ambos teem a culpa principal, em nada dignifica as referidas classes, nem o Estado nem a Democracia.
A profissão de advogado, que sempre foi apetecível, com a melhoria das condições sociais das classes trabalhadoras no fim dos anos 60, começou a ser penetrada pelos filhos dessa classe, que apenas tinham como travão, por um lado, a distância a que ficavam as universidades, e, por outro, os critérios de competência por elas exigidos.
Depois do 25 de Abril, com a criação das universidades privadas, cujos donos eram os responsáveis da Ordem, assistiu-se à "invasão" desta, agravada por se ter "descoberto" uma maneira de enriquecer e prestigiar uns poucos, os estágios pagos, no princípio pela CEE, e, quando o "filão" secou, pelos candidatos a advogados.
Os beneficiados foram sempre os mesmos…e esses são os principais responsáveis pelo estado a que a advocacia chegou.
Há advogados a mais, até porque, com a "administrativação" da justiça, muitas das funções até aí exercidas por eles o passaram a ser por outros.
Por isso votei no actual bastonário (mas também no Sr. Dr. José António Barreiros).
Infelizmente o actual bastonário, não confiou na imensa massa de apoiantes e mancomunou-se com o Ministro da Justiça (como se fosse imaginável o Ministro defender os advogados), contra os Conselhos Distritais, que bem precisavam de serem impedidos de continuar a, em benefício de uns poucos, liquidar os advogados, matando-os à fome.
Vem tudo isto a propósito da minha única proposta de luta: acabar com a admissão à Ordem até que se obtenha um ratio justo, capaz de sustentar um advogado com dignidade, advogado-cidadão.
Cumprimentos

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